#MeuAmigoSecreto
Deu o que falar a campanha #MeuAmigoSecreto nas redes sociais.
Provavelmente você viu e talvez não tenha entendido direito, ou até participou.
A campanha feminista, que teve início no dia 25 de novembro, mostrou casos de
machismo sofridos no dia a dia, sem revelar o autor. Porém, muitas “indiretas”
tiveram como alvo amigos, ex-namorados, chefes, parentes, etc. Muitos foram os
relatos de casos de assédio e abuso também.
Acho válida toda forma de combater essa cultura machista que
ainda vivemos e insistimos em dizer que não é mais assim. Campanhas tem um
efeito muito positivo para alertar, conscientizar e até mudar comportamentos. Mesmo
não tendo nada a ver, um exemplo disso são as campanhas referentes ao combate
ao câncer de mama e próstata. Machismo e câncer são muito diferentes! Mas até
pouco tempo a palavra câncer não era
nem citada, não se falava de algo tão feio e cruel. Havia um preconceito
imenso, mas hoje mudou. As pessoas se cuidam mais, se previnem e lidam de
maneira diferente quando passam pelo problema. Então, quanto mais for falado e
exposto o machismo, mais fácil será para detectar e combater esse preconceito,
por mais que o tema incomode muita gente.
E já que é pra expor e tocar na ferida, vamos lá.
#MeuAmigoSecreto comenta que eu ensino a mulher a ser objeto
do homem.
#MeuAmigoSecreto diz que ensinar strip-tease é vulgarizar e
diminuir a mulher.
#MeuAmigoSecreto acha que porque falo sobre sensualidade e
intimidades sou prostituta.
Esse meu amigo secreto não sabe de nada! Não me considero
feminista, sou feminina e luto pelos meus direitos, sem extremos. Luto por
relacionamentos mais saudáveis e pela valorização da mulher. Incoerente pra
quem fala sobre sensualidade feminina? Não, a não ser que eu não queira mais
viver em companhia de um homem, que eu me ache autossuficente sem ninguém com
quem compartilhar e viver. Porque do contrário, se homens e mulheres se atraem,
se amam e vivem juntos, precisam se esforçar não só para se entenderem melhor,
mas se respeitarem mutuamente.
Seduzir meu parceiro não é ser submissa, é aproveitar melhor
minha sexualidade sem tabus ou preconceitos com um homem que me ama e me respeita.
Para que um homem me respeite, preciso me respeitar
primeiro.
Não é porque luto por direitos iguais, que irei me comportar
igual aos homens que tanto critico. Posso usar a roupa que quiser, mas isso não
me dá o direito de criticar o jeito que outra mulher se veste.
Sim, o corpo é meu e faço o que quiser com ele, mas nem por
isso saio com qualquer um, não uso proteção, e ainda corro tomar pílula do dia
seguinte como se fosse uma simples aspirina. Isso é não respeitar meu corpo, é
trata-lo como lixo.
Não adianta se queixar da falta de respeito dos homens no
trabalho, na rua ou em qualquer lugar, se você já disse para seu filho que ele
é o cara e que vai pegar todas quando crescer, e ensinou sua filha que ela tem
que ser uma boa moça. O resultado disso é um machista que não respeita nem a
mulher que ama, e uma mulher cheia de neuras e medos de sua sexualidade.
Muitas vezes, #MeuAmigoSecreto sou eu mesma!
#ficaadica
Beijo bom!
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