Foi-se o tempo em
que a paquera acontecia numa troca de olhares num bar, onde o homem tinha que
se desdobrar na conversa para conseguir o telefone da garota, e que receber uma
carta do paquera que mora na capital era um momento mágico.
Nos dias de hoje
paqueramos virtualmente. Adicionamos pessoas as redes sociais sem nunca as
termos visto pessoalmente, sem saber como é sua voz, nem seu cheiro. Muitas
vezes sem saber se elas realmente são quem dizem ser. Além das redes sociais
que mudaram a forma das pessoas se relacionarem, agora temos os aplicativos de
paquera para smartphones, que estão revolucionando os relacionamentos ainda
mais!
Existem vários
aplicativos que funcionam como um cupido virtual, dentre eles o Tinder, que
virou uma febre entre os solteiros. São milhões de brasileiros conectados. Pra
quem nunca ouviu falar (difícil, mas acontece), o Tinder apresenta uma série de
fotos de pretendentes geograficamente próximos a você. Se gostou de alguém,
clica no coração. Se a pessoa também gostou de você, dá um “match” (vocês
combinaram) e abre uma janela de bate-papo. Se a conversa render, geralmente
migram para o Facebook ou WhatsApp.
Você acha que isso
algo positivo ou negativo? Até que ponto é saudável nos relacionarmos
virtualmente? É possível achar um relacionamento num aplicativo desses? Talvez
você pense que não devemos procurar um relacionamento sério numa balada, mas
quem disse que não pode acontecer? Assim como muitos vão a uma balada para se
divertir e para encontros casuais, e podem acabar se envolvendo seriamente com
alguém, o mesmo pode acontecer num aplicativo de paquera. São apenas
ferramentas diferentes para o mesmo uso.
Os tempos mudaram, e
definitivamente precisamos acompanhar essas mudanças. Hoje é natural todo mundo
ter um micro-ondas na cozinha. Até poucas décadas ninguém imaginava isso. Todo
mundo estava acostumado com o fogão à gás, que substituiu o fogão à lenha. Mas
a tecnologia é bem-vinda, e aos poucos todos se acostumaram com a comodidade do
micro-ondas. Ele tem sua função, e o fogão à gás também tem a dele. Não perdeu
seu papel. Um não precisa necessariamente substituir o outro, mas ser usado
conforme nossa comodidade. E deve ser assim também nos relacionamentos.
Esses aplicativos
são muito úteis. Afinal é muito mais fácil mandar uma mensagem anônima do que
começar uma conversa com um estranho num bar. Inclusive se não gostou da
pessoa, basta sair do aplicativo. Além do mais, trocar ideias, saber mais um do
outro, faz com que você fique muito mais confiante para falarem cara a cara
mais adiante. Coisa que talvez não acontecesse nunca se não houvesse essa
ferramenta. Não raro encontros casuais viram relacionamentos sérios e até
casamentos.
Síndrome de
Tinderela
Tudo é positivo até
o ponto em que deixamos de investir em relacionamentos off-line para ficarmos
no mundo fantasioso online, onde não precisamos das habilidades para nos
aproximarmos das pessoas na vida real.
Estamos cada vez
mais dependentes da comunicação online, mas não podemos substituir a off-line.
É cada vez mais comum pessoas que parecem poderosas no mundo virtual e são uns
cagões na vida real. Não sabem mais conversar, só sabem teclar.
Expectativa e
frustração
Saiba sempre o que procura, tanto no mundo
virtual quanto no real. Não crie expectativas. Use a balada e os aplicativos
para conhecer pessoas, fazer amizades, namorar e se divertir. Assim como cara a
cara existem pessoas apenas querendo sexo casual, o mesmo acontece nas redes
sociais.
Não rotule e não
seja preconceituoso com quem usa o Tinder ou qualquer outra ferramenta para
conhecer pessoas. No final, não é um aplicativo ou uma balada que define uma
pessoa, mas como ela se comporta.
Beijo bom!
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