quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Apps de Paquera






Foi-se o tempo em que a paquera acontecia numa troca de olhares num bar, onde o homem tinha que se desdobrar na conversa para conseguir o telefone da garota, e que receber uma carta do paquera que mora na capital era um momento mágico.

Nos dias de hoje paqueramos virtualmente. Adicionamos pessoas as redes sociais sem nunca as termos visto pessoalmente, sem saber como é sua voz, nem seu cheiro. Muitas vezes sem saber se elas realmente são quem dizem ser. Além das redes sociais que mudaram a forma das pessoas se relacionarem, agora temos os aplicativos de paquera para smartphones, que estão revolucionando os relacionamentos ainda mais!

Existem vários aplicativos que funcionam como um cupido virtual, dentre eles o Tinder, que virou uma febre entre os solteiros. São milhões de brasileiros conectados. Pra quem nunca ouviu falar (difícil, mas acontece), o Tinder apresenta uma série de fotos de pretendentes geograficamente próximos a você. Se gostou de alguém, clica no coração. Se a pessoa também gostou de você, dá um “match” (vocês combinaram) e abre uma janela de bate-papo. Se a conversa render, geralmente migram para o Facebook ou WhatsApp.

Você acha que isso algo positivo ou negativo? Até que ponto é saudável nos relacionarmos virtualmente? É possível achar um relacionamento num aplicativo desses? Talvez você pense que não devemos procurar um relacionamento sério numa balada, mas quem disse que não pode acontecer? Assim como muitos vão a uma balada para se divertir e para encontros casuais, e podem acabar se envolvendo seriamente com alguém, o mesmo pode acontecer num aplicativo de paquera. São apenas ferramentas diferentes para o mesmo uso.

Os tempos mudaram, e definitivamente precisamos acompanhar essas mudanças. Hoje é natural todo mundo ter um micro-ondas na cozinha. Até poucas décadas ninguém imaginava isso. Todo mundo estava acostumado com o fogão à gás, que substituiu o fogão à lenha. Mas a tecnologia é bem-vinda, e aos poucos todos se acostumaram com a comodidade do micro-ondas. Ele tem sua função, e o fogão à gás também tem a dele. Não perdeu seu papel. Um não precisa necessariamente substituir o outro, mas ser usado conforme nossa comodidade. E deve ser assim também nos relacionamentos.

Esses aplicativos são muito úteis. Afinal é muito mais fácil mandar uma mensagem anônima do que começar uma conversa com um estranho num bar. Inclusive se não gostou da pessoa, basta sair do aplicativo. Além do mais, trocar ideias, saber mais um do outro, faz com que você fique muito mais confiante para falarem cara a cara mais adiante. Coisa que talvez não acontecesse nunca se não houvesse essa ferramenta. Não raro encontros casuais viram relacionamentos sérios e até casamentos.

Síndrome de Tinderela

Tudo é positivo até o ponto em que deixamos de investir em relacionamentos off-line para ficarmos no mundo fantasioso online, onde não precisamos das habilidades para nos aproximarmos das pessoas na vida real.

Estamos cada vez mais dependentes da comunicação online, mas não podemos substituir a off-line. É cada vez mais comum pessoas que parecem poderosas no mundo virtual e são uns cagões na vida real. Não sabem mais conversar, só sabem teclar.

Expectativa e frustração

 Saiba sempre o que procura, tanto no mundo virtual quanto no real. Não crie expectativas. Use a balada e os aplicativos para conhecer pessoas, fazer amizades, namorar e se divertir. Assim como cara a cara existem pessoas apenas querendo sexo casual, o mesmo acontece nas redes sociais.

Não rotule e não seja preconceituoso com quem usa o Tinder ou qualquer outra ferramenta para conhecer pessoas. No final, não é um aplicativo ou uma balada que define uma pessoa, mas como ela se comporta.



Beijo bom!

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