segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Bicho Mulher





“Oi Rita. Já fiz o curso com você e fui em uma palestra sua. Queria tirar uma dúvida e pedir um conselho. Nos últimos tempos não sinto mais vontade de fazer sexo. Perdi totalmente a vontade e não sei o q fazer pra voltar a ter essa vontade. Tenho 33 anos, sou casada há 10 anos, tenho duas filhas de 7 e 8 anos. O que posso fazer para ter vontade de novo? Se puder me ajudar, meu marido me cobra muito. Obrigada.”

Perdi a conta de quantas mulheres já me mandaram mensagem com queixas muito parecidas com essa. Qual o problema dessas mulheres? Ops... Qual o nosso problema? Afinal, quem nunca? Vai me dizer que nunca passou por um período, curto ou longo, com dificulades em ter orgasmos? Ou então períodos em que o auge de sua “vida sexual ativa” era assistindo Verdades Secretas?

Mulheres passam por diversas fases, e muitas vezes essas fases podem alterar nossa vida sexual. A causa pode estar relacionada a fatores fisiológicos, como uma depressão leve ou alterações hormonais. Em alguns casos, a causa pode ser situacional, como algum estresse no trabalho ou noites de insônia cuidando do bebê. Ou ainda pode estar relacionada com o próprio relacionamento. Tipo, aquele comportamento repetitivo do parceiro que tanto te incomoda, como deixar a tampa do vaso erguida ou a toalha molhada em cima da cama. Muitas vezes, podemos estar passando por tudo isso ao mesmo tempo!

O que fazer? Agir! Simples assim. O desejo alimenta o sexo, sexo alimenta o desejo e vice-versa. Isso é um circulo virtuoso. Precisamos exercitar o desejo como exercitamos os músculos na academia, senão eles atrofiam.

Nunca esqueço do que meu psiquiatra me disse há mais de 20 anos, “homens precisam gozar pra relaxar, mulheres precisam relaxar pra gozar”... Um homem é capaz de enterrar a mãe à tarde e querer transar à noite. A mulher se prepara toda para uma noite caliente, mas basta ver no noticiário que crianças estão passando fome na Somália, que já perde o tesão!

Sim, somos complexas. Somos sinestésicas, auditivas, sensíveis e subjetivas. Precisamos de preliminares que comecem no café da manhã para estarmos fervendo à noite. E não estou falando de toques e carícias, mas de um simples “bom dia!” de seu parceiro.

Outro fator importante para perdermos o desejo: admiração!

Admirar nosso parceiro alimenta nosso desejo. Não temos interesse sexual em alguém que não admiramos. A admiração está intimamente ligada ao tesão. Se você está numa fase em que só vê os defeitos do seu parceiro, sexo vai parecer obrigação e não prazer.

Não me venham com mimimis feministas, me condenando porque mostro este lado mais sensível de uma mulher como se fossemos fracas! Estamos comemorando mais um Dia Internacional da Mulher, além disso, nunca vivemos um momento tão intenso em prol do empoderamento da mulher. Nossas conquistas não param, assim como nossas lutas. Estamos a todo vapor! Se agregamos mais e mais funções ao nosso papel de mulher, é porque somos muito fortes, de fracas não temos nada!

Mas nem por isso deixamos de ser femininas. Não podemos fugir disso, a não ser que você queira ser um homem.

Portanto, minha dica é a seguinte: Cuide da mulher que você é! Não despreze suas necessidades e muito menos seu poder. Trate-se bem. Escute seu corpo e seu coração. Dê o que eles precisam.


Beijo bom!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Quer casar comigo?



Qual namorada apaixonada não gostaria de ouvir isso de seu namorado, ainda mais se ele estiver de joelhos, com um lindo anel nas mãos e num cenário paradisíaco ao fundo?

Acredito que toda mulher sensível e romântica sonha com uma cena dessas, mas nem todas conseguem realizar este sonho que, na maioria das vezes, fica só na imaginação ou nas telas de cinema.

Mas acho que para chegar a esse ponto tão bonito e emocionante, a história desse amor não poderia ser diferente. Afinal, para pedir a mão de alguém é porque o tempo que já passaram juntos até esse momento só o fez ter certeza que essa pessoa é com quem quer estar daqui pra frente.

Descobrir que aquela atração que sentia por alguém conhecido, ia muito além de ficar, aventurar ou ter uma amizade colorida, era um sintoma de que o amor verdadeiro estava batendo a sua porta. Descobrir que esse amor logo seria colocado a prova quando tiveram que ficar seis meses separados por oceanos e milhares de quilômetros, foi amedrontador. Descobrir que esse amor se fortaleceu quando geralmente esmorece, ao se reencontrarem e passarem seis meses morando juntos, longe da família e amigos em outro país, foi um alívio. Descobrir que o amor fez você se adaptar ao outro, valorizar as qualidades e não se deter aos pontos negativos que cada um tem, foi uma benção. Descobrir que conquistar juntos só faz o amor crescer, que ajudar o outro nas suas conquistas profissionais e ambições é fortalecer a relação. Descobrir que enfrentar medos e mudanças juntos, os torna invencíveis, que fazer a vontade do outro nem sempre é submissão, mas empatia.

E descobrir que depois de passarem por muitas dificuldades e provações, um gosta ainda mais do outro a ponto de querer ter filhos com essa pessoa, é porque está na hora de se ajoelhar diante dela e pedir sua mão!

Então, após descobrir todas essas coisas, ele quer impressionar sua amada fazendo com que o pedido seja inesquecível. O que poderia ser mais marcante que pedir a mão de sua amada na beira da praia que consideram a mais especial para eles? E foi assim que ele fez. Envolveu poucas pessoas, pois queria que fosse algo intimista, algo que fosse especial para ela e não para os outros.

Os envolvidos fizeram uma trilha de uns 15 minutos até chegar ao costão com uma vista alucinante da praia em que o rio encontra o mar, onde montaram um piquenique nas pedras. Champanhe, frutas e chocolate, tudo que era possível levar até lá para comemorar. Em meio a turistas, vacas que insistiam em disputar a trilha como se fossem alpinistas, o casal apareceu ao longe. Todos se esconderam e esperaram que eles se aproximassem.

O nervosismo dele era latente, assim como o de todos os envolvidos naquele crime do bem! Mas ela parecia não perceber nada, a não ser curtir aquele visual como sempre fez na companhia dele.

Quando chegaram no ponto certo, ele segurou suas mãos e disse que aquele lugar era especial para eles, e com os olhos cheios de lágrima ele se ajoelhou e abriu uma caixinha preta com um lindo anel dentro. Ela tremendo como uma vara verde começou a chorar de emoção, pois entendeu o que estava acontecendo somente naquele momento. E o máximo que ela disse foi: Aceito!

Os dois estavam calçando havaianas, ele estava só com uma bermuda e ela com uma saída de banho sobre o biquíni, cabelos ao vento. Gaivotas passaram rentes ao costão, como que se estivessem comemorando junto deles. Em meio a brindes, abraços e lágrimas, todos comemoraram.

O casamento promete ser numa igrejinha na beira da praia que ela veraneou desde que nasceu. E assim como foi no pedido, ele acontecerá ao por do sol.
Tinha como ser mais lindo? Sim, pra mim tinha! Até porque essa história de amor que acabei de narrar aconteceu com meu filho mais novo nesse final de semana. E meu filho mais velho e eu, tivemos a honra de presenciar.

Ainda vemos muitas histórias lindas de amor hoje em dia. Mas convenhamos, romantismo está cada vez mais em baixa. Casar ainda está na moda, e a industria que move isso tudo que o diga! Casar virou um negócio muito rentável para quem organiza, mas o encanto que deveria ter esta data muitas vezes se perde em meio a tanta ostentação e festas feitas em série para impressionar os convidados. Não que eu não ache lindo um casamento cheio de pompa e circunstância, mas gosto mais a moda antiga.

Agradeço por ainda existirem casais românticos e cheios de simplicidade.


Beijo bom!