domingo, 6 de dezembro de 2015

#MeuAmigoSecreto

#MeuAmigoSecreto


Deu o que falar a campanha #MeuAmigoSecreto nas redes sociais. Provavelmente você viu e talvez não tenha entendido direito, ou até participou. A campanha feminista, que teve início no dia 25 de novembro, mostrou casos de machismo sofridos no dia a dia, sem revelar o autor. Porém, muitas “indiretas” tiveram como alvo amigos, ex-namorados, chefes, parentes, etc. Muitos foram os relatos de casos de assédio e abuso também.

Acho válida toda forma de combater essa cultura machista que ainda vivemos e insistimos em dizer que não é mais assim. Campanhas tem um efeito muito positivo para alertar, conscientizar e até mudar comportamentos. Mesmo não tendo nada a ver, um exemplo disso são as campanhas referentes ao combate ao câncer de mama e próstata. Machismo e câncer são muito diferentes! Mas até pouco tempo a palavra câncer não era nem citada, não se falava de algo tão feio e cruel. Havia um preconceito imenso, mas hoje mudou. As pessoas se cuidam mais, se previnem e lidam de maneira diferente quando passam pelo problema. Então, quanto mais for falado e exposto o machismo, mais fácil será para detectar e combater esse preconceito, por mais que o tema incomode muita gente.

E já que é pra expor e tocar na ferida, vamos lá.

#MeuAmigoSecreto comenta que eu ensino a mulher a ser objeto do homem.

#MeuAmigoSecreto diz que ensinar strip-tease é vulgarizar e diminuir a mulher.

#MeuAmigoSecreto acha que porque falo sobre sensualidade e intimidades sou prostituta.

Esse meu amigo secreto não sabe de nada! Não me considero feminista, sou feminina e luto pelos meus direitos, sem extremos. Luto por relacionamentos mais saudáveis e pela valorização da mulher. Incoerente pra quem fala sobre sensualidade feminina? Não, a não ser que eu não queira mais viver em companhia de um homem, que eu me ache autossuficente sem ninguém com quem compartilhar e viver. Porque do contrário, se homens e mulheres se atraem, se amam e vivem juntos, precisam se esforçar não só para se entenderem melhor, mas se respeitarem mutuamente.

Seduzir meu parceiro não é ser submissa, é aproveitar melhor minha sexualidade sem tabus ou preconceitos com um homem que me ama e me respeita.

Para que um homem me respeite, preciso me respeitar primeiro.
Não é porque luto por direitos iguais, que irei me comportar igual aos homens que tanto critico. Posso usar a roupa que quiser, mas isso não me dá o direito de criticar o jeito que outra mulher se veste.

Sim, o corpo é meu e faço o que quiser com ele, mas nem por isso saio com qualquer um, não uso proteção, e ainda corro tomar pílula do dia seguinte como se fosse uma simples aspirina. Isso é não respeitar meu corpo, é trata-lo como lixo.

Não adianta se queixar da falta de respeito dos homens no trabalho, na rua ou em qualquer lugar, se você já disse para seu filho que ele é o cara e que vai pegar todas quando crescer, e ensinou sua filha que ela tem que ser uma boa moça. O resultado disso é um machista que não respeita nem a mulher que ama, e uma mulher cheia de neuras e medos de sua sexualidade.


Muitas vezes, #MeuAmigoSecreto sou eu mesma!

#ficaadica


Beijo bom!

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